Veja a programação completa do 1° Encontro Conjunto de Coletivos do SINJUSC

Pautar o trabalho com base na redução da jornada é reivindicar nosso tempo de vida. Quando adentramos às opressões, observamos justamente que são as pessoas negras – historicamente jogadas à margem do mercado formal de trabalho em virtude do racismo – e as mulheres – responsáveis pelos cuidados domésticos que permitem a reprodução social para o trabalho – massacradas/os nessa esteira de moer gente que é o capitalismo. Ou seja, classe social tem raça, tem gênero. Como elucidado sabiamente por Heleieth Saffiotti, trata-se de um nó de exploração e opressão.  Nós queremos mesmo desfazer esse nó e tramar dias melhores. Por isso, nosso encontro tem como fio condutor as “Tramas interseccionais: tecendo fios de tempo, vida e resistência”.

As inscrições vão até segunda, dia 8 de setembro, basta preencher o formulário online clicando AQUI.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO 1º ENCONTRO CONJUNTO DO COLETIVO VALENTE E DO COLETIVO DE NEGRAS E NEGROS DO JUDICIÁRIO CATARINENSE

12/09: AUDITÓRIO DO SINJUSC (Av. Mauro Ramos, 448 – Centro de Floripa)

18h – CREDENCIAMENTO E COFFEE BREAK

18h30 – SAUDAÇÕES DE ABERTURA

Ellen Caroline Pereira é diretora do SINJUSC, integrante do Coletivo de Negras e Negros e do Coletivo Valente. 

Ana Carolina Lôbo é pedagoga atuante na área de Infância, juventude e família do TJPE, coordenadora de comunicação do SINDJUD-PE e coordenadora de Gênero, Etnia e Geracional da FENAJUD.

Liliane Fatima Araújo é diretora do Sinjusc e integrante do Coletivo Valente.

Wagner Luis Padilha é servidor efetivo no Foro Central, integrante do Coletivo de Negras e Negros, pai da Ana e membro titular da Comissão de Ética e Conduta do TJSC.

Dinara Joana Orlandi Pasa é psicóloga, graduada em direito, com especialização em direito administrativo, TJA na Comarca de Chapecó, integrante do Coletivo Valente e artista no projeto “Sarau LerElas”.

19h15 – MESA: REDUZIR A JORNADA DE TRABALHO E TECER NOSSA ORGANIZAÇÃO PARA TRAMAR NOSSOS SONHOS

Diante de um trabalho que nos engole a todo tempo, especialmente intensificado pelo uso das tecnologias, somos impelidas/os à individualização da vida. Por isso, reduzir a jornada de trabalho é central e exige de nós a organização coletiva. Queremos portanto dialogar sobre a disputa do tempo para a luta coletiva, e a luta coletiva para a disputa de um tempo que favoreça os nossos sonhos.

Karen Santos é professora da rede estadual, mestranda em educação na UFRGS, vereadora em Porto Alegre e do Coletivo Alicerce (PSOL).

Constantino Azevedo do Nascimento é servidor efetivo na Comarca de Palhoça, integrante do Coletivo de Negras e Negros e Representante Regional do SINJUSC.

20h30 – LANÇAMENTO DA 10ª EDIÇÃO DA REVISTA VALENTE

Josiane Censi É Feminista e trabalhadora do Fórum da Capital do PJSC, com formação em direito, integrante do Coletivo Valente e do 8M, além de ativista pelos diretos das mulheres e das minorias.

Cristiane Claudino é graduada e Mestre em Serviço Social pela UFSC, membro do Coletivo Valente, assistente social no TJSC aposentada e dona do tempo dela.

Maíra Vitório Martinho é engenheira civil e integrante do Coletivo de Negras e Negros do Judiciário e do Coletivo Valente.

13/09 – QUILOMBO VIDAL MARTINS (Rodovia João Gualberto Soares, 9.543 – Rio Vermelho)

10h – MESA: COMPREENDER A CLASSE TRABALHADORA EM SUA DIVERSIDADE PARA USUSFRUIRMOS DE OUTROS TEMPOS

Para organizar a nossa luta em torno da redução da jornada de trabalho, é preciso que compreendamos que os aspectos que estruturam essa sociedade de classes se dão com base no trabalho escravizado e na exploração do trabalho das mulheres. O racismo não se findou com a passagem do trabalho escravizado para o trabalho livre, tampouco, a submissão das mulheres à jornadas extenuantes, se findou com o avanço de alguns direitos. Por isso, falar da jornada de trabalho, nos impõe compreender quais são os recortes que historicamente colocaram determinados grupos na esteira da superexploração do trabalho, por conseguinte, precisamos debater a interseccionalidade para rompermos radicalmente, com o racismo, o patriarcado e a sociedade de classes, e aí sim, usufruirmos de outros tempos.

Soraia Joselita Depin é brasileira, casada, mãe da Joana, formada em Direito, entrou no Poder Judiciário em 31/03/2000 como Escrivã, na Comarca de Balneário Camboriú. Em 2002 foi removida para a Comarca de Porto Belo, como escrivã da Vara Única e após como chefe de cartório da 1ª Vara, onde atua até hoje. Sindicalista e militante em movimentos sociais, foi presidente da Associação do Bairro Perequê, do Município de Porto Belo, 2002 a 2024; Sócia fundadora da Associação Feminista Flor de Lis e do Instituto Pitangueiras. Atualmente coordena a Pastoral da Criança no Município de Porto Belo e participa de Conselhos Municipais, como o Conselho Municipal de Habitação de interesse Social e Conselho Municipal da Criança e do Adolescente.

Helena Jucélia Vidal Martisn é presidente da Associação  dos Remanescentes do Quilombo Vidal Martins.

Márcio de Souza é professor de Química aposentado na Rede Estadual de Educação, bacharel em Farmácia, diretor de Combate ao Racismo do Sindicato dos/as Trabalhadoras/es em Educação de SC (Sinte-SC) e ex-vereador na Cidade de Florianópolis, cinco vezes eleito.

Adriane Canan é militante do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), jornalista, comunicadora popular e realizadora audiovisual.

Lino Gabriel Santos Lino Gabriel Santos é preto, transmasculino e não binário. Docente do Instituto Federal de Santa Catarina IFSC), atualmente é Coordenador de Divulgação da Extensão na Diretoria de Extensão (DIREX). É mestre e doutorando em Antropologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (PPGAS/UFSC), editor da Revista Brasileira de Estudos da Homocultura (REBEH) e idealizador da marcha trans de Florianópolis e região (@marchatransfloripaoficial), além de criador de diversos grupos de estudos como o Afrodite (UFSC), o Amapô Odara (IFSC) e o NeTrans (UFSC).

12h – ALMOÇO 

14h –  MESA: PENSAR A INTERSECCIONALIDADE E REIVINDICAR O SENTIDO DO NOSSO TRABALHO PARA DEMOCRATIZAR O JUDICIÁRIO

A realidade de trabalho no judiciário catarinense tem-se vinculado cada vez mais a política de metas e a gameficação. Busca-se atingir números para que selos sejam alcançados, sem necessariamente considerar a qualidade desse serviço público que é prestado. O que observamos na prática, é um abismo de desigualdades, onde a interseccionalidade se reproduz também no acesso ao sistema de justiça para quem dela necessita. E, nessa esteira compressora da sobrecarga, distancia nós trabalhadoras e trabalhadores desse serviço, do sentido do nosso trabalho. Por isso, no inverso dessa trama, queremos tecer a democratização do acesso ao sistema de justiça.  

Catia Cilene Diogo Goulart é mestra em Educação (UERGS); Especialista em Orientação e Supervisão Escolar (Uergs); Licenciada em Letras Português e Literatura LP (Unipampa); Bacharel em Ciências Contábeis (UFSC); Licenciada em Língua Inglesa e Licenciada em Pedagogia (Unicesumar); MBA- Gestão e Inovação no Setor Público (Unicentro); Graduanda em Direito (Estácio de Sá) Pesquisadora do Grupo de Pesquisa e Estudos integrados à Educação: Linguagens e Letramentos- (Gpeie-Linle- Uergs-RS). Formadora de professores -SC  no campo da Leitura e Escrita Educação Infantil (LEEI). Membro do Coletivo de Negras e Negros do Judiciário Catarinense (CNNJ- TJSC) e do Coletivo Valente (Coletivo de Mulheres do Judiciário), Técnica Judiciária Auxiliar- TJSC

Jaqueline Alexandra Maccoppi é mãe da Sofia, trabalhadora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, diretora do SINJUSC, mestra em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e integrante do Coletivo Valente. 

Fernanda Ely Borba é doutora em Ciências Humanas pelo PPGICH/UFSC, com doutorado sanduíche na Université Rennes 2, em Rennes, França, financiado pelo Programa Print/Capes. Bacharel (2004) e Mestre (2007) em Serviço Social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Abordagens da Violência contra Criança e Adolescente pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2018). Especialista em Serviço Social: Direitos Sociais e Competências Profissionais pela Universidade de Brasília – UnB/CFESS/ABEPSS (2010). Líder do Núcleo de Estudos e Pesquisas (NEP) Metodologias de Intervenção Sociojurídica nas Áreas da Criança, Adolescente e Família do PJSC (Academia Judicial/CEJUR). Assistente Social do Poder Judiciário de Santa Catarina, lotada na Comarca de Porto Belo.

Ivone Ester Vidal Borges é bacharela em direito, servidora pública lotada na Academia Judicial do TJSC, pós-graduanda em direito das mulheres e em direitos humanos, membra do Coletivo Valentes composto pelas trabalhadoras do PJSC e dirigente sindical do SINJUSC.

Jonathan Bezerra Peixoto é servidor público do TJSC, graduado em direito pela Universidade Tiradentes em Alagoas e pós-graduado em Advocacia Cível pela FMP/RS. Foi advogado em Alagoas e assessor jurídico do TJ/BA.

16h – COFFEE BREAK

16h30 – MESA: RESISTIR ENQUANTO CLASSE TRABALHADORA DISPUTANDO O NOSSO TEMPO PARA UMA VIDA COM ALEGRIA

Produzimos mais dentro das nossas jornadas de trabalho, produzimos mais e para além da nossa jornada de trabalho. O relógio continua rodando, o nosso tempo passa conectado, nunca desligamos. Adoecemos. Nesse cenário, reduzir a jornada passa pela nossa resistência enquanto classe trabalhadora. Vendemos nossa força de trabalho, e ao fazê-lo, entregamos nosso tempo de vida. Por isso, disputar o nosso tempo passa por compreendermos que existe vida além do trabalho. Nessa vida além do trabalho tem espaço para alegria. Para a alegria de estarmos com as nossas e os nossos, para a alegria de dançarmos, para a alegria de celebrarmos, para a alegria de fazermos música e poesia. Para a alegria de construirmos um mundo no qual as diferenças que foram transformadas em desigualdades ao longo de nossa história, sejam superadas. 

Carolina Rodrigues Costa é presidenta do SINJUSC e integrante do Coletivo Valente

Andréa Ferreira é mulher, negra, assistente social, coordenadora-geral do SindijusPR, pós-graduada em Gestão do Terceiro Setor, atuou em vários trabalhos  junto a comunidades periféricas com formação política e de cidadania e atendimento à crianças e adolescentes em situação de rua em Campinas/SP, São Paulo/SP e Curitiba/PR. Faz parte da Comissão Permanente de Atenção à Saúde dos Servidores e Magistrados, Comissão de Igualdade e Gênero, Observatório Interinstitucional de Direitos Humanos, Coletivo de Negras e Negros do SindijusPR.

17h30 – PLENÁRIA DE ENCERRAMENTO 

18h15 – PALCO ABERTO

19h – JANTAR E RODA DE SAMBA entre amigos, trazendo muita alegria e ancestralidade para finalizar a noite com Ju Queiroz (voz), Karolina Moura (percussão), Eloisa Haertel (voz e percussão), Marcelo 7 cordas (voz e violão), Gabriel Rosa (voz ) e Eli Jr (cavaquinho).

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