Uberização no judiciário: novas formas de controle


 
A direção do SINJUSC levou o nome do Fazendo Escola para evento nacional, realizado pela Fenajud, em Macapá (AP). O vice-presidente Neto Puerta, ministrou uma formação para lideranças sindicais de todo o país. A atividade, promovida no final de semana, por meio da Rede Nacional de Formação da Fenajud (Renaf), também foi ministrada pela coordenadora  de Gênero, Etnia e Gênero da Fenajud, Carolina Lobo. As diretoras do SINJUSC, Cristiane Müller e Ivone Ester Vidal Borges também participaram do evento.

Para subsidiar o debate, Neto, que também é responsável pela pasta de Formação Sindical da Federação, utilizou a cartilha “O futuro do trabalho na América Latina”. O debate provocou sobre como a tecnologia vem interferindo na rotina de trabalho nas comarcas do país.

De forma bem didática e a partir de uma personagem criada: mulher, trabalhadora do judiciário, mãe, chefe de cartório, com jornada sobrecarregada, Neto estimulou que os sindicalistas presentes criassem crônicas inspiradas em suas próprias rotinas de trabalho. Um paralelo entre passado e futuro foi discutido e ajudou os participantes a situarem a luta sindical em busca de condições dignas para se trabalhar.

O vice-presidente falou sobre a reestruturação produtiva a partir do Fordismo, Toyotismo e, atualmente, Uberização dentro das relações de trabalho no judiciário. O primeiro versa sobre a produção em série; segundo, flexibilidade do trabalhador que deve ser multitarefa e assumir responsabilidades para além de sua função e, o terceiro, controle, gerenciamento, custos e organização do trabalho, de uma maneira quase imperceptível, sob responsabilidade do trabalhador.

Lobo acrescentou à discussão que, embora os tribunais tenham particularidades regionais, alguns problemas são comuns às categorias do judiciário: violência moral, controle e sobrecarga de trabalho, má gestão de pessoas por parte dos Tribunais, falta de estimulo e de valorização, aumento de doenças mentais com uso de medicamentos, entre outros.

Os conceitos aplicados por Neto e as oficinas coordenadas também por Lobo ajudam os sindicalistas a entenderam as transformações que o mundo do trabalho sofre e como os empregadores se comportam – em sua maioria, precarizando direitos. É preciso entender isto para reivindicar! A formação dos dirigentes sindicais se torna indispensável em uma mesa de negociação. É isto que o SINJUSC vem fazendo junto ao Tribunal de Justiça!
 
DEFESA DO SERVIÇO PÚBLICO: AGENDA NACIONAL|

Durante o Conselho de Representantes da Fenajud, a diretora Müller apresentou alguns dados da pesquisa de saúde feita durante a pandemia com os trabalhadores do judiciário catarinense. Estes dados serão reportados aqui no site do SINJUSC em breve. Já a diretora Borges usou seu espaço de fala para defender melhores condições para trabalhadores com deficiência

Ainda durante o Conselho de Representantes, os presentes aprovaram novos encaminhamentos de luta em defesa do serviço público, atuação junto com Conselho Nacional de Justiça (CNJ), atos de rua durante a Semana do Servidor Público, em outubro. Também foi encaminhado o engajamento da Federação em atividades nacionais e mobilizações na Câmara dos Deputados em defesa do fim da contribuição previdenciária de aposentados e pensionistas.

Para ler mais sobre o Conselho de Representantes clique aqui e se quiser saber mais sobre a formação, aqui.

Um comentário

  1. Infelizmente é exatamente isso que o TJSC vem fazendo: cobrança de mais e valorização de menos. O TJSC só tem interesse em puxar essa corda pra ver até onde vai. Precisamos desse poder coletivo para arrebentá-la o quanto antes!

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