Veja abaixo o edital de convocação da assembleia do SINJUSC e a programação completa do 10º Congresso das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do Judiciário Catarinense que acontecem nos próximos 15, 16 e 17 de maio no Hotel Mar de Canasvieiras Internacional (Rua Me. Maria Villac, nº 2017, Canasvieiras – Florianópolis).
PROGRAMAÇÃO DETALHADA
DIA 01 – 15.05
16h – credenciamento e coffee break
18h – Mesa oficial de abertura (Representações políticas)
19h – Conferência de abertura:
“É tudo isso, mas é só isso!” Como a tecnologia afeta nosso trabalho
Ementa: A tecnologia tornou-se parte intrínseca de nossas vidas, estamos a todo tempo conectadas/os, e de forma acelerada. Especula-se que com a Inteligência Artificial – IA o trabalho humano poderia ser substituído. No entanto, a IA tão somente faz a conexão a partir de parâmetros pré-estabelecidos em hierarquias, com base em um banco de dados produzido pelo trabalho humano. É quase mágico o que acontece, mas é só isso: uma mera correlação probabilística. Isso significa que a nossa capacidade teleológica – de projetar e dar significados, não pode ser substituída por máquinas. Porém, fato é que com o advento da tecnologia, os processos e relações de trabalho se alteraram de forma significativa. No judiciário, por exemplo, é incontestável que produzimos muito mais em menos tempo. Contudo, se produzimos mais, porque nossa carga de trabalho só tem aumentado?
Convidado: Prof. Dr. Sérgio Amadeu* (UFABC)
*Sérgio é doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (2005). É professor associado da Universidade Federal do ABC (UFABC). É membro do Comitê Científico Deliberativo da Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura (ABCiber). Pesquisa as implicações tecnopolíticas dos sistemas algoritmos e da Inteligência Artificial. Integra a rede de pesquisadores Tierra Común. Autor dos diversos livros.

Mediação: Dra. Ellen Caroline Pereira, secretaria-geral do SINJUSC, poetisa e doutora em Serviço Social pela UERJ.

20h30 – Jantar
22h – Show de Africatarina, grupo musical inspirado pela escola baiana de tambores e grupo musical, o Olodum, que desenvolve atividades culturais e artísticas desde 2001 como um coletivo de artistas e arte-educadores dedicados a pesquisar, ensinar, divulgar e valorizar a cultura afro-brasileira.

DIA 02 – 16.05
9h30 – Mesa: Estamos “Por um fio” e desse fio teceremos a trama do amanhã
Lançamento do Documentário “Por um Fio”
Debate com a Dra. Carla Akotirene* e Caique Oliveira* (diretor e roteirista do documentário Por Um Fio)
Ementa: A partir do documentário “Por um fio”, queremos fazer uma reflexão sobre conceito ampliado de saúde, sobre como as tecnologias influenciam negativamente no cotidiano do trabalho, em tempos nos quais estamos constantemente conectados e por conseguinte sendo demandadas/os. No trabalho, o fio tecnológico torna os limites de tempo quase que invisíveis, afinal, hoje os processos judiciais cabem em nossos smartphones. Esse fio nos conecta, mas também, nos arrebenta de cansaço, nos adoece. Precisamos, portanto, falar de saúde. Mas não de uma saúde alicerçada na ausência de doença, pois sustentamos a saúde em seu conceito ampliado, compreendendo que ela tem determinações sociais que passam pela garantia das condições básicas de vida – alimentação, transporte, habitação, trabalho digno, descanso – e também, pela possibilidade de mantermos vivos os nossos sonhos. Se estamos “por um fio”, que possamos aqui, tecê-lo para tramarmos um amanhã digno para toda a classe trabalhadora.
*Caique é publicitário formado pela Universidade de Tecnologia e Ciências, com mais de uma década de experiência em comunicação, Caique atua desde 2012 em áreas como comunicação sindical, marketing político, gestão de tráfego e performance. É também fotógrafo, produtor, roteirista, diretor audiovisual e palestrante. Na Agência Agulha, lidera como Gestor de Performance, conectando entidades aos seus públicos a partir da segmentação personalizada dos conteúdos.

*Akotirene é doutora em Estudos Feministas pela Universidade Federal da Bahia e consultora em políticas públicas. Autora dos livros “O que é interseccionalidade?”, pela Coleção Feminismos Plurais e coordenado por Djamila Ribeiro, “Ó Paí Prezada! Racismo e sexismo tomando bonde nas penitenciárias femininas de Salvador”, ambos publicados pela Editora Jandaíra, e o livro “É fragrante fojado dôtor vossa excelência” (Ed. Civilização Brasileira). É também idealizadora da Opará Saberes, primeiro curso de extensão voltado à capacitacão de candidaturas negras ao mestrado e doutorado em universidades públicas. Atualmente, Carla concentra estudos sobre feminismo negro, racismo estrutural e equidade de gênero e interseccionalidades.

11:30h – Almoço
14h – Grupos de Trabalho
Nome: Voar feito pássaro: o pertencimento faz a coletividade, a coletividade faz a luta.
Ementa: Politizar o cansaço passa pela construção de alternativas. Para tanto, precisamos pensar estratégias de luta para garantia de uma aposentadoria digna, assim como para construção de uma carreira que nos assegure dignas condições de trabalho, tendo como horizonte, a democratização do acesso ao sistema de justiça. Se a corrida contra o tempo nos empurra para uma subjetivação individualista, nossa saída é o pertencimento, como fossemos pássaros voando em bando – eles voam em bando para proteção, preservação de energia, garantia do alimento –, assim, pertencer é coletivizar, e coletivizar é alimento, energia e proteção para lutar.
GT1 – Construindo uma carreira que nos permita sonhar
Ementa: Construir uma carreira que nos permita sonhar, impõe a necessidade de organizarmos nossas pautas levando em consideração as mudanças no mundo do trabalho – como o uso da tecnologia -, mas não só, importante considerarmos também as transformações que nos afetam a partir da retirada de direitos que se impõe diante das reformas, como a previdenciária. Qual carreira sonhamos construir no judiciário catarinense?
GT2 – Consolidando dignas condições de trabalho por meio da promoção a saúde
Ementa: Garantir dignas condições de trabalho passa pela promoção da nossa saúde e a saúde não é apenas ausência de doença. Se é no trabalho que deixamos maior parte do nosso tempo de vida, o trabalho precisa garantir a saúde. As saídas, nesse sentido, não se limitam a cuidados individuais, pelo contrário, passam pela alteração de uma forma de gestão que tem nos adoecido. Portanto, o Tribunal precisa ser responsabilizado, repensando metas, regulamentando o uso da tecnologia, assegurando um ambiente de trabalho livre de assédios e opressões. Se é isso, como nos organizamos aqui e agora, para alterar as condições de trabalho que nos adoecem?
GT3 – Defendendo o serviço público na contramão dos retrocessos para garantir uma aposentadoria digna
Ementa: A construção de uma aposentadoria digna passa necessariamente por enfrentarmos os inúmeros retrocessos que tem desmontado o serviço público. A aposentadoria é um direito assegurado constitucionalmente, e na esteira de disputa do fundo público, tem sido alvo de sucateamento. Em SC, o confisco dos 14% e a segregação de massas, nos colocam novamente, que a saída é pela coletividade. Dito isso, quais são as pautas e os espaços estratégicos para construirmos uma aposentadoria digna?
GT4 – Lutando pela democratização de acesso ao Poder Judiciário como direito social
Ementa: O poder judiciário presta um serviço público e como tal, deve garantir a sua função social. Mas se o serviço público é feito das pessoas que nele trabalham, como garantimos a qualidade do atendimento inseridas/os em um ambiente que tanto nos adoece? Além disso, a lógica de metas tem transformado as pessoas em número e esvaziado o sentido público do nosso trabalho. Diante disso, precisamos nos perguntar: que tipo de judiciário a população precisa? E que tipo de judiciário estamos, de fato, entregando?
17h30 Café da tarde
18h – Mesa: Quanto tempo o corpo tem? Contra a austeridade a organização da classe trabalhadora
Debate com o economista Mauricio Mulinari* e a Deputada Estadual Luciane Carminatti*
Mulinari é Bacharel em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mestre em Serviço Social pela UFSC. De janeiro de 2015 até outubro de 2023 trabalhou como técnico no Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE). Atualmente realiza doutorado Em Serviço Social pela UFSC e trabalha como consultor econômico de entidades sindicais. Suas áreas de interesse são História Econômica, Economia Política, Marxismo, Relações de Trabalho, Sindicalismo e Direitos Sociais.

Carminatti é Professora e deputada estadual de Santa Catarina pelo Partido dos Trabalhadores (PT), está em seu quarto mandato na Assembleia Legislativa, tendo sido reeleita em 2022 com 92.478 votos — a segunda maior votação entre os 40 parlamentares. Graduada em Pedagogia com especialização em Educação Especial e habilitação em Orientação Educacional, atuou como professora e coordenadora pedagógica em escola pública de Chapecó antes de ocupar cargos públicos eletivos.

Mediação da presidenta do SINJUSC, Carolina Rodrigues Costa, presidente do SINJUSC e Mestre em Serviço Social pela UFSC.

Ementa: O que temos é o nosso corpo, e é por meio dele que trabalhamos. Assim, quando vendemos nossa força de trabalho, vendemos nosso tempo de vida. O serviço público, minimiza as desigualdades históricas que atravessam as nossas condições de vida como trabalhadoras/es que além da exploração, em sua diversidade, sofre inúmeras opressões – como o racismo, machismo, capacitismo, homofobia, etarismo. A precarização do serviço público promove o aumento da exploração e uma piora no atendimento à população intensificando tais opressões, visto que as políticas de austeridade passam pela apropriação dos fundos públicos pelo mercado, afetando todo o sistema de proteção social, sobretudo pela retirada de direitos como previdência, assistência social e saúde. Mas nenhum dos direitos já conquistados, nos chegaram como dádivas. Ao contrário, são resultado da organização da classe trabalhadora, que se dá na coletividade. Por isso, entendemos que o Sindicato é nosso lugar de encontro, onde tecemos nossos fios de reconhecimento e solidariedade de classe.
20h00 Jantar
22h00 – Samba do Guimará, cantor, compositor e produtor, em seu trabalho coletivo com a banda, apresenta um repertório baseado no samba de raiz. Além disso, possui um projeto solo de voz e violão que une clássicos do samba e da MPB.

DIA 3 – 17.05
9h – Plenária para Apresentação das Teses
10h45 – Assembleia Extraordinária (veja edital abaixo)
Pauta: a) Campanha Salarial; b) Informes
