“O conhecimento precisa ser ferramenta de luta da classe trabalhadora”

A presidenta e o vice-presidente da SINJUSC, Carolina Rodrigues Costa e Neto Puerta, participaram entre os dias 4 e 8 de agosto, no Rio de Janeiro, do XVIII Congresso Latino-Americano de Medicina Social e Saúde Coletiva. Para a presidenta do SINJUSC, o evento é um espaço importante para o movimento sindical, pois “o conhecimento científico precisa ser ferramenta de luta da classe trabalhadora”.

De acordo com o presidente do Fazendo Escola e vice-presidente do SINJUSC, “não faz sentido para a classe trabalhadora, a pesquisa científica se tornar apenas mais um livro que vai para a estante, o conhecimento precisa potencializar a luta de classes ao nosso favor, em favor de quem produz e é por isso que o SINJUSC faz questão não só de absorver, mas de contribuir e, na medida do possível, pautar o debate acadêmico”.

Durante a programação do Congresso, Neto e Carol, apresentaram as dinâmicas de apropriação do conhecimento científico pela luta sindical experimentadas no Seminário Internacional Por Um Fio (PUF), realizado em agosto do ano passado em uma parceria entre o SINJUSC, a ABET (Associação Brasileira de Estudos do Trabalho) e o LASTRO-UFSC (Laboratório de Sociologia do Trabalho da Universidade Federal de Santa Catarina).

SINJUSC levou a experiência sindical aos debates

A ideia geral das dinâmicas realizadas no PUF uniram os conceitos e resultados das pesquisas científicas com a interação de trabalhadores e trabalhadoras que estavam presentes. O objetivo é transformar o conhecimento em ação por meio do engajamento, conteúdo científico e estratégia sindical.

A CENTRALIDADE DA SAÚDE NA POLÍTICA SINDICAL

Além de colaborar com experiências próprias, a participação nesses eventos busca novas formas de colocar o debate sobre a saúde no centro da luta sindical. Para a diretoria do SINJUSC, apesar de a classe trabalhadora estar, de uma maneira geral, adoecida, sobretudo por conta das transformações recentes nos processos de trabalho, a saúde ainda é tratada pelos sindicatos de uma maneira marginal, ou seja, por meio da luta por direitos como auxílios e convênios com planos de saúde.

Embora os auxílios e planos sejam importantes, bem como o reconhecimento financeiro do trabalho realizado, é preciso desenvolver uma política preventiva em relação à saúde de trabalhadoras e trabalhadores. Para que isso aconteça, a direção do SINJUSC avalia que é preciso reconhecer a saúde como um aspecto estrutural da luta sindical e debater a diminuição da jornada e da carga de trabalho, a horizontalização das relações entre as chefias e demais colegas, o reconhecimento das diferenças entre as pessoas e os reflexos dessas diferenças na produtividade e etc.

Para Neto, “o neoliberalismo captura e destrói os corpos de trabalhadores, então debater trabalho é debater saúde. Essas não são duas questões que possuem apenas um intersecção, elas são interdependentes. O trabalho não existe sem o corpo e o corpo depende do trabalho para se manter e reproduzir, então as duas questões estão no centro do debate sindical. O que é, por exemplo, o debate da previdência, sem a questão da expectativa de vida? A expectativa de vida nada mais é do que a durabilidade dos corpos humanos”.

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