Foto: Bruno Collaço / Agência AL

Escolhas de Jorginho podem estar prejudicando serviço da Celesc

Em audiência pública realizada na Assembleia Legislativa (Alesc) durante esta quarta, 9 de abril, trabalhadores e trabalhadoras do setor elétrico disseram que o aumento da contratação de terceirizados e a falta de investimentos em condições de trabalho estão prejudicando o serviço prestado pela Celesc. A política implementada pelo atual presidente da empresa, Tarcísio Estefano Rosa, indicado pelo governador Jorginho Mello (PL), teria o objetivo de priorizar o lucro que é dividido com acionistas em detrimento do atendimento à população.

A Celesc fechou o ano de 2024 com R$ 715,8 milhões de lucro líquido, o valor é 28,5% superior ao obtido em 2023, mas de acordo com as lideranças sindicais dos eletricitários, o número de acidentes de trabalho e de reclamações por parte dos usuários também aumentaram bastante no período. A contratação de terceirizados, que têm menos direitos que o pessoal concursado, baixa os custos e aumenta o lucro, mas também afetaria negativamente a prestação do serviço.

A categoria dos eletricitários está convencida de que a gestão Jorginho/Tarcísio está focada no aumento da lucratividade e que a queda da qualidade do serviço prestado vai acabar incentivando a privatização da Celesc que já tem mais mão de obra terceirizada do que empregado público contratado por meio de concurso. Hoje, a Celesc pratica a segunda menor tarifa elétrica do país, mas isso poderia ser comprometido pelo processo de privatização, a exemplo do que aconteceu em outros estados. 

Presentes na audiência, o presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, o secretário de Estado da Casa Civil, Keneddy Nunes, e o líder do Governo na Alesc, Ivan Naatz, afirmaram que o governador Jorginho não tem a intenção de privatizar a Celesc, mas defenderam a política de terceirização em curso e o modelo de gestão vigente na empresa.

Para Paulo Guilherme Horn, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Celesc, “não adianta a gente escutar que a Celesc vai se manter uma empresa pública, se eu pego a grande maioria do trabalho da Celesc e entrego para a iniciativa privada através das terceirizadas e não atendo mais a sociedade. Aí eu vou ter uma empresa pública para gerar lucro para acionista e para que o governo indique diretoria e conselheiros? Isso não é empresa pública”.

Já de acordo com Mário Jorge Maia, o Marinho, da Intercel, “a quantidade de acidente no setor terceirizado da Celesc é enorme… Nós trabalhadores sentimos na carne como celesquinos o retrabalho, que muitas vezes é feito, recebemos denúncias de fraude e de tudo mais, questão de contrato, sucateamento da frota, acidente com pessoal próprio. Na gestão atual a gente perdeu companheiro nosso ou não perdemos? E a Celesc está investindo quatro milhões em uma empresas de assessoria de segurança de trabalho, gente! E os acidentes não param de acontecer, nem com próprio, nem com terceirizado”.

19 comentários

  1. Pra que serviu o último concurso da Celesc então? Não chamam ninguém e aí está a resposta. Tudo terceirizado. Estou achando que concurso público virou negociata de bancas e governos.l

    • Pois é, sou um dos que passou em primeiro lugar no último concurso, e até agora nada de chamarem. Estou começando a achar que foi para arrecadar dinheiro com tanto de taxa de inscrição. Chateado.

  2. A Celesc tem que se manter Pública, diminuindo a terceirização do serviço prestado, mantendo os concursados, assim presta um ótimo serviço a sociedade Catarinense.

  3. Triste ver o que a ganância está fazendo com uma empresa que é orgulho dos catarinenses!!!
    Vergonha de funcionário que defende governo golpista e põe em risco seu próprio emprego. Vai entender…
    Ainda bem que existe o sindicato para defender o celesquiano raiz.
    Parabéns a todos que se esforçam para manter essa empresa pública!!

  4. A Celesc é dos catarinenses e governador nenhum tem o direito de privatiza, isso é um bem do povo Catarinense, ainda mais dando lucro prós cofres públicos, acordem povo.

  5. O Sinjusc, deve se ater as questões atinentes a categoria, trabalhadores e aposentados do PODER JUDICIÁRIO DE SANTA CATARINA. Jamais o sindicato dos eletricitários ou equivalente irão se importar conosco.

    • Todo mundo paga conta de energia, Leo, quanto mais cara a conta, menos dinheiro sobre pra gastar com as coisas que a gente precisa e quer. Nesse sentido, a luta pela Celesc pública, valoriza o salário de todos e todas que dependem do próprio trabalho pra viver em Santa Catarina. Além disso, é uma questão de solidariedade de classe com colegas das empresas públicas.

      • Verdade, SINJUSC. É importante a consciência de classe, somos todos trabalhadores. E somos todos dependentes do serviço público, nos diversos setores em que ele atua. Abaixo o desmonte do serviço público!

  6. Este desgovernador está acabando com o servidor público, são dois anos e meio sem um real de reajuste. Fracasso, pede pra sair.

  7. Tenho o maior orgulho de ter trabalhado nessa empresa a gente prestava um ótimo serviço para sociedade muito o obrigado Celesc por ter participado da minha vida.

  8. Precisa terceirizar para auferir lucros e assim fazer caixa de campanha. Já está em campanha para reeleicao. Os funcionários das empresas terceirizados são indicados por políticos para q no periodo eleitoral sejam seus cabos eleitorais. Uma panela só .

    • Não temos elementos para afirmar que haja qualquer esquema de desvio de verbas na Celesc, José, mas sem dúvida, a privatização facilita a corrupção, pois o empregado público tem estabilidade e zela pela empresa.

  9. Venderam o sistema conect para os catarinense como se fosse inovação. Conectividade já é uma realidade no mundo inteiro, o Sistema é o mesmo .SISTEMA SAP, e as empresas que compram e colocam o nome que quiser,
    Já vi como: SAP CCS, SAP PRODUÇÃO, SAP CRM, SAP HANNA, Fiori. Não importa o nome, o bom desses sistema é a facilidade de agregar interface de trabalho e gerar conectividade diversas, mas algo que era para ser bom foi feito de forma maldosa, sem multiplicadores experiente com expertise de cada processo, juntos a analistas de dados de cada unidade, e deixar o sistema velho rodando por no mínimo 2 anos .
    Usaram o conect como cavalo de Tróia para facilitar o caos no faturamento da empresa colocando a população contra os celesquianos.

  10. A celesc está tendo tudo que merece , pelo péssimo atendimento ao consumidor nos últimos anos, o melhor caminho é a privatização, empresa pública só existe no papel, é um cabide de empregos.

    • Isso vem acontecendo nos últimos anos justamente por causa da má administração da atual gestão: Jorginho/Tarcísio. A privatização não é a solução, temos a experiência da Light no Rio e da Enel em São Paulo, tarifas caríssimas e apagões.

    • Amigo, talvez sua opiniã esteja baseada em alguma experiência pessoal mal sucedida com a Celesc.
      Informe-se melhor e verá que por muito tempo todos os índices da Celesc, tanto técnicos quanto de satisfação do consumidor, assim como os financeiros, provam que a empresa sempre esteve entre as melhores do país, bem na frente de muitas empresas privadas.
      A falta de contratação de mão de obra própria, aliada à implantação de um sistema de TI que travou o atendimento comercial acabou gerando redução na qualidade do serviço, que ainda assim é melhor do que muitas outras empresas do setor no país.
      O bordão “privatiza que melhora” é um sério engano e só serve para enganar o povo e beneficiar meia dúzia de especuladores que querem se aproveitar e ganhar dinheiro à custa da exploração predatória da concessão.
      Não se engane! Se privatizar, vai piorar. Inclusive para o consumidor!
      O melhor caminho é a manutenção da empresa pública, com investimento em mão de obra própria e condições de trabalho, com o governo assumindo seu papel de fomentar o desenvolvimento de Santa Catarina através da oferta de energia elétrica de qualidade!

  11. Observem que essa é uma prática usual, precarizar para privatizar. E acham que privatizando melhora? Não paguem pra ver. O objetivo desse governo é privatizar: Celesc e Casan estão na mira, aguardem. Fiquemos atentos.

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