Mesmo depois da morte de mais de 14 mil pessoas vítimas da Covid-19 em Santa Catarina e de dois afastamentos, um por denúncia de corrupção na compra de respiradores e outro pela acusação de improbidade administrativa no aumento salarial dado à procuradores, o governador Carlos Moisés não perde oportunidade de declarar que mais uma reforma da previdência é prioridade.
“Os servidores públicos já passaram por uma reforma da previdência em 2015, quando a alíquota foi de 11% para 14%. Sendo que à época, o discurso era o mesmo, a reforma resolveria o déficit” – lembra Neto Puerta, presidente do SINJUSC.
Outra questão importante é a falsa informação de que a previdência estadual consome 400 milhões por mês do orçamento do Governo para o pagamento dos benefícios. Ainda de acordo com Neto, “esse déficit está superestimado, porque a apuração do déficit atuarial da previdência em Santa Catarina até 31 de dezembro de 2020 não seguiu os critérios corretos de aferição do valor atual dos benefícios futuros e não pode ser usado publicamente”.
A pergunta que sequer é feita à Carlos Moisés pela imprensa é como as mais de 14 mil mortes por Covid-19, em parte responsabilidade do próprio governo, afetam a previdência. A pesquisadora Ana Amélia Camarano (Ipea) estima que a Covid-19 vai reduzir a expectativa de vida do brasileiro em 2,2 anos. A previsão foi baseada no número de mortes até dezembro de 2020 e com o agravamento da pandemia em 2021, a redução deve ser maior.
“Se o governador quer que sejam retomadas as atividades econômicas e o estado volte à normalidade, antes de qualquer coisa ele deveria priorizar a vida dos catarinenses. E a vida dos catarinenses vai ser preservada com a vacinação em massa e na minha opinião ele não está fazendo bem esse trabalho. Nem ele e nem a Daniela”.
Há duas semanas atrás o governador Moises alegou que a a nova Previdencia do estado de Santa Catarina, tem que passar pela avaliação dos parlamentares, mas até agora não divulgou os seus detalhes e, nem os prazos; Em 2015 já tivemos uma previdência aprovada no Estado, cuja a alíquota de recolhimento dos funcionários públicos passou de 11º para 14%, o que mais falta? É só seguir a própria Previdencia Federal, já estamos caminhando para um ano e seis meses aproximadamente para a aprovação do Estado.