Congelamentos de salário e carreira: a granada no nosso bolso

O ministro da Economia, Paulo Guedes, foi didático ao chamar os servidores públicos de inimigos: a proposta de congelamento dos salários e carreiras no serviço público (que está para sanção do presidente da República) nada tem a ver com a pandemia ou ajuda aos menos favorecidos na iniciativa privada. Em meio a afagos e negociações com o setor público, o governo falseou para fazer algo que já estava planejado: precarizar o serviço público.

É importante que todas as pessoas que trabalham no serviço público assistam a este vídeo, em que Paulo Guedes verbaliza em vários momentos o seu objetivo de liquidar com o que é público. E nesta liquidação também estão os próprios servidores públicos.

O conteúdo da gravação da reunião ministerial do dia 22/04.20 foi muito claro: não estamos tratando aqui de interpretação ao que foi dito, mas daquilo que foi efetivamente falado.

O Governo Federal não tem feito o seu papel de gestão da crise. Ao contrário, aproveita-se dela para tomar as medidas que lhe convém, em que o povo (e nele o serviço público) não está contemplado.

Portanto, não se constranja em lutar contra o congelamento. Não se constranja em lutar pelos seus direitos, onde, inclusive, existe uma narrativa para transformar o que é direito em privilégio. Não somos privilegiados, muito menos parasitas.

Não se constranja em defender décadas de conquistas dos trabalhadores públicos, tanto na questões de direitos, como na parte de serviços prestados, os quais salvam milhões de vidas Brasil afora.

Dedicamo-nos a prestar um serviço de qualidade à população, mesmo em épocas de pandemia e isolamento social. Os números mostram o quanto os servidores do judiciário catarinense estão trabalhando, a ponto de aumentar a produtividade.

Conforme reafirmamos, negociar a data-base é plenamente possível, mas congelar a carreira e os investimentos para que saiamos dessa crise é uma medida que nada melhorará a situação dos servidores e da população em geral.

É hora de despertarmos do abraço que coloca granada em nossos bolsos e lutar pela sobrevivência do serviço público do qual fazemos parte.

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