O vice-presidente do SINJUSC e presidente do Fazendo Escola, Neto Puerta, esteve em Buenos Aires, Argentina, entre os dias 28 de novembro e 2 de dezembro para acompanhar a diplomatura do Espaço Intersindical: saúde, trabalho e participação dxs trabalhadorxs. Neto esteve na Argentina a convite da coordenadora do Espaço, Lilian Capone, para conhecer melhor o projeto que deve servir de referência para um curso que está sendo desenvolvido por meio da parceria do Fazendo Escola com a Fiocruz.
O Espaço Intersindical é uma articulação de 16 sindicatos, duas centrais (CGT e CTA) e a Universidade Nacional de Lanús (UNLa) e a formação que trata de saúde e trabalho conta com carga horária de 120 horas divididas em 8 módulos ao longo de um ano. Ao final, os participantes desenvolvem uma proposta para ser aplicada a realidade dos sindicatos envolvidos a partir de orientações metodológicas, mas também, reflexões acadêmicas, políticas e filosóficas provocadas durante o curso.
No dia 28, depois de acompanhar as atividades do curso, o vice-presidente do SINJUSC participou da mesa de encerramento da diplomatura e apresentou as experiências do Fazendo Escola no campo da saúde do trabalhador. Além do Seminário Por Um Fio, do Teste de Cansaço, da cartilha e do livro publicados nos últimos dois anos em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, Neto falou sobre a articulação com o mandato do deputado federal Pedro Uczai (PT) por meio de emendas parlamentares que ajudam a financiar as atividades.
Para o presidente do Fazendo Escola, “o que mais impressiona na experiência do Espaço Intersindical é o comprometimento político das entidades envolvidas. A iniciativa completa 10 anos em 2026 e além, de saúde laboral, trata de outros temas importantes como, por exemplo, a participação feminina no movimento sindical e outros espaços de poder. É um modelo muito interessante para o Fazendo Escola tomar como base e desenvolver no Brasil”.
JUDICIÁRIOS DE SANTA CATARINA E BUENOS AIRES TÊM PROBLEMAS SEMELHANTES
No dia 2 de dezembro, Neto se reuniu com dirigentes da Asociación Judicial Bonaerense (AJB) para debater a rotina de trabalho nos judiciários de Santa Catarina e da província de Buenos Aires e descobriu uma série de problemas semelhantes, potencializando a troca de experiências entre as duas entidades.
Na conversa surgiram questões como as longas horas ininterruptas de plantão que lá se chama “guardia”, não é remunerado e ainda dura uma semana inteira, a digitalização em curso na Argentina, mas já completa no Brasil, a expansão do home office, a forte verticalização da estrutura hierárquica concentrada na magistratura e a intensificação do trabalho pela adoção de novas tecnologias.