Realizado nos dias 22 e 23 de novembro, em Florianópolis, o 3º Encontro de Negras e Negros do Judiciário Catarinense e 1º Encontro dos Coletivos de Negras e Negros dos Judiciários Estaduais da Região Sul reuniram quase 100 pessoas que aprovaram a Carta do Rio Vermelho. O documento, que será divulgado ainda esta semana, aponta propostas de enfrentamento à xenofobia e ao racismo nos judiciários estaduais da região sul e na sociedade como um todo.
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Logo após as saudações de representantes do SINJUSC, do Sindjus-RS e do Sindijus-PR, o técnico judiciário do TJSC, Jonathan Peixoto mediou a mesa com a pesquisadora baiana e autora do livro “A Bahia Não Sai de Mim: Diáspora, Migração e Xenofobia no Sul do Brasil” (Appris, 2022), Tatiane Cerqueira, falou sobre racismo e violências sofridas por migrantes baianos que vivem no sul do Brasil.
O segundo dia do evento foi aberto pela oficina sobre o poder medicinal das ervas com a assistente social do TJSC, Iolete de Jesus. Durante a oficina, participantes aprenderam a fazer escalda-pés para a abertura de caminhos, num espaço em que retomou todo conhecimento ancestral sobre as ervas.
Em seguida, foi a vez do arqueólogo Rossano Bastos, e da Presidenta da Associação dos Remanescentes do Quilombo Vidal Martins, Helena Quilombola, falarem sobre o deslocamento forçado da população negra da África para o Brasil e as relações entre xenofobia e racismo, sendo o momento mediado pela pedagoga e servidora do TJRS, Silvia Vasconcellos.
Na parte da tarde, participantes do evento ouviram o Secretário-geral da Associação Mulheres Emigrantes Unidas (MEU), Orence Couthon e a administradora angolana, Domingas Calueio, sendo a mesa mediada pelo o técnico judiciário do TJSC Wagner Padilha. As/os convidadas/os, abordaram temas relacionados ao “empreendedorismo de sobrevivência”, racismo institucional e a falta de oportunidades de emprego para migrantes e imigrantes.
No início da noite, a secretária-geral e o secretário de assuntos jurídicos do SINJUSC, Ellen Perreira e Samuel Silva, coordenaram uma roda de conversa e a plenária final do Encontro. Quem participou da roda de conversa teve a oportunidade de dividir como lidou com situações de racismo dentro e fora dos judiciários, já a plenária aprovou a Carta do Rio Vermelho.